Pejotização: Seus direitos e como lutar contra a fraude trabalhista

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A pejotização é quando uma empresa contrata um trabalhador como PJ (Pessoa Jurídica), mas ele exerce funções típicas de um empregado CLT, com controle de jornada e subordinação. Isso visa reduzir custos trabalhistas. Direitos do trabalhador pejotizado: Reconhecimento do vínculo CLT; Recebimento de direitos retroativos (férias, 13º, FGTS); Indenização por danos materiais e morais. Como proteger seus direitos: Junte provas da subordinação à empresa; Consulte um advogado especializado para garantir o reconhecimento do vínculo CLT e os direitos devidos.

Você já ouviu falar em pejotização? Se você é trabalhador contratado como PJ (pessoa jurídica), mas na prática exerce atividades como um empregado CLT, este artigo é para você. Muitas empresas têm adotado essa prática de forma ilegal, fazendo com que profissionais se tornem “PJ” para evitar encargos trabalhistas e outros benefícios devidos ao trabalhador sob o regime da CLT. Isso é conhecido como pejotização, e é um abuso dos direitos do trabalhador.

Neste artigo, vamos explicar de forma clara e direta como identificar a pejotização, quais são os seus direitos e como você pode proteger sua situação jurídica caso tenha sido vítima dessa fraude trabalhista.

O que é Pejotização?

Pejotização ocorre quando uma empresa contrata um trabalhador como Pessoa Jurídica (PJ), ou seja, em nome de uma empresa criada exclusivamente para esse fim, ao invés de contratá-lo formalmente como empregado CLT. Essa prática tem se tornado comum, principalmente entre os profissionais da área de tecnologia, marketing, saúde, transporte, entre outras.

O principal objetivo da pejotização é reduzir custos com encargos trabalhistas, como férias, 13º salário, FGTS, seguro-desemprego e outros direitos previstos pela CLT, que são devidos a empregados com vínculo formal. A empresa passa a pagar menos impostos e responsabilidades sociais, enquanto o trabalhador, na prática, exerce funções e cumpre jornadas de trabalho similares às de um funcionário regular.

Como identificar a pejotização?

Se você está sendo tratado como PJ, mas trabalha sob as mesmas condições de um empregado CLT, com horários fixos, metas definidas pela empresa, sendo subordinado a um chefe, e utilizando recursos da empresa, você pode estar sendo “pejotizado”. Ou seja, sua relação de trabalho é, na prática, uma fraude.

Alguns sinais típicos de pejotização são:

  1. Subordinação: Você segue ordens diretas da empresa sobre como, quando e onde trabalhar.
  2. Permanência Exclusiva: Trabalha exclusivamente para aquela empresa, sem liberdade para atuar em outros projetos ou com outras fontes de renda.
  3. Controle de Jornada: A empresa controla seu horário de trabalho, impondo metas e expectativas.
  4. Dependência Econômica: Sua renda vem quase que exclusivamente dessa empresa, sem autonomia real para buscar outras fontes de trabalho.

Quais são os seus direitos quando é vítima da Pejotização?

Se você está sendo tratado como PJ, mas, na prática, exerce atividades típicas de um trabalhador CLT, você tem direitos trabalhistas que não podem ser negados. O que muitas vezes ocorre é que o trabalhador não tem ciência de seus direitos ou não sabe como reivindicá-los.

Se você está sendo pejotizado, saiba que você tem direito a:

  1. Reconhecimento do Vínculo Empregatício CLT: Caso você comprove que trabalhava como CLT (mesmo sendo contratado como PJ), você pode reconhecer o vínculo empregatício na Justiça do Trabalho e exigir todos os direitos trabalhistas, como férias, 13º salário, FGTS, horas extras, entre outros.
  2. Pagamento de Direitos Trabalhistas Retroativos: Ao reconhecer o vínculo empregatício, você tem direito a receber todos os direitos trabalhistas que não foram pagos durante o período em que foi “pejotizado”. Isso inclui salários atrasados, férias não pagas, 13º salário, FGTS, entre outros.
  3. Recolhimento de INSS e FGTS: A empresa é obrigada a fazer o recolhimento do INSS e do FGTS para você, além de pagar todos os impostos relacionados ao seu trabalho. Caso isso não tenha sido feito, você pode exigir o pagamento de todos os valores devidos, inclusive com juros e correção monetária.
  4. Indenização por Danos: Se a empresa agir de má-fé, fazendo uso da pejotização para fraudar seus direitos, ela pode ser obrigada a pagar uma indenização por danos materiais e morais.

Como Proteger Seus Direitos Contra a Pejotização?

Se você se enquadra em uma situação de pejotização, o primeiro passo é procurar um advogado trabalhista especializado para avaliar a sua situação e garantir que seus direitos sejam respeitados.

Aqui estão os passos para proteger seus direitos:

  1. Colete Provas: Junte todos os documentos e provas que mostram que sua relação de trabalho é mais próxima de um vínculo CLT do que de um contrato PJ. Isso inclui e-mails, mensagens, contratos de trabalho, registros de horários e qualquer outro documento que comprove sua subordinação à empresa.
  2. Verifique as Condições de Trabalho: Avalie se você está sendo tratado como um verdadeiro PJ ou se, na prática, é um trabalhador com vínculo empregatício. O que conta é a realidade da relação de trabalho, e não o nome que ela recebe.
  3. Busque Orientação Jurídica: Com um advogado especializado, você pode ingressar com uma ação trabalhista para reivindicar o reconhecimento do vínculo CLT e o pagamento de todos os direitos trabalhistas a que você tem direito.
  4. Ação Judicial: Se necessário, você pode entrar com uma ação na Justiça do Trabalho para requerer o vínculo de emprego, o pagamento retroativo dos direitos trabalhistas e até mesmo pedir a indenização por danos.

Conclusão: Não Aceite Ser Pejotizado! Exija Seus Direitos!

A pejotização é uma fraude que prejudica o trabalhador e fere os direitos trabalhistas garantidos pela Constituição e pela CLT. Se você está trabalhando como PJ, mas é tratado como um empregado da empresa, é hora de lutar pelos seus direitos e exigir o que é justo.

Não se deixe enganar pela falsa ideia de “autonomia” que muitas empresas tentam vender. O vínculo de trabalho deve ser baseado na realidade da sua função, e você tem direito a todos os benefícios garantidos pela CLT.


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